Vale também estocou lama em barragem da Samarco

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Capixaba registra marreco morto após chegada da lama em Tumiritinga - MG. Foto Leonardo Merçon / Últimos Refúgios

 

Capixaba registra marreco morto após chegada da lama em Tumiritinga – MG. Foto Leonardo Merçon / Últimos Refúgios

Parte dos 62 milhões de m3 de lama com rejeitos da extração de minério de ferro que vazaram das barragens da Samarco em Mariana –MG, são da Vale. A informação veio à tona nesta terça (24) em reportagem da Folha de São Paulo.

Segundo a publicação, a lama vinha de uma mina explorada pela Vale também na região de Mariana. A assessoria de imprensa da Vale no ES confirmou a informação na tarde de hoje (24).

Desde o rompimento da barragem de Fundão que também provocou o extravasamento dos rejeitos da barragem de Santarém, no último dia 05, a Vale vem sendo cobrada pela opinião pública pelo fato de ser uma das controladoras da Samarco (a outra é a mineradora anglo australiana BHP Billiton).

Mas é a primeira vez que alguma ação direta da Vale é relacionada ao desastre, que matou 12 pessoas e deixou 11 desaparecidas, atingiu e devastou o rio Doce, além de espalhar a lama de rejeito de minério num dos locais mais ricos para a pesca no litoral do Espírito Santo, onde chegou no último sábado (21).

As ações de assistência às vítimas, às cidades que ficaram sem abastecimento e a mitigação dos impactos ambientais vem sendo assumidos pela Samarco. A Vale, assim como a BHP, dizem somente que apoiam as ações da Samarco.

A assessoria da Vale disse que a informação sobre a presença de resíduos da mineradora na barragem de Fundão em nada muda sua política em relação ao desastre ambiental, que é o maior da história do país e já está sendo considerado um dos piores do mundo.

“A Vale utilizava a barragem de Fundão para destinação de parte de rejeito das Usinas de Tratamento de Minério da unidade de Alegria. O volume destinado pela Vale correspondia a menos de 5% do total de rejeito depositado na barragem da Samarco anualmente. A relação era regida por contrato entre as duas empresas, que definia a Samarco como responsável pela gestão, controle e operação dessa deposição”, argumenta a assessoria.

A Vale disse ainda que comprou 14,5 milhões de litros de água mineral para atender a população dos municípios afetados. A distribuição está sendo realizada pelos órgãos governamentais de cada município.

 

 

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Gabriel Almeida

Jornalista há mais de ano anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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