Sessão solene vai marcar 167 anos de revolta de escravos na Serra

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Situação do que resta da Igreja de São José do Queimado. Foto: Arquivo TN - Ana Paula Bonelli
Situação do que resta da Igreja de São José do Queimado. Foto: Arquivo TN - Ana Paula Bonelli
Situação do que resta da Igreja de São José do Queimado. Foto: Arquivo TN – Ana Paula Bonelli

Dia 17 de março, quinta-feira, uma sessão solene vai marcar os 167 anos da Revolta do Queimado. O evento acontece no plenário da Câmara de Vereadores da Serra, na Serra-sede, a partir das 18h30.

A sessão é uma iniciativa do vereador Gilmar (PT), que criou e preside a Frente Parlamentar em Defesa e Promoção da Igualdade Racial. Ele irá conceder homenagens em reconhecimento a pessoas, entidades e obras que valorizam a luta pela igualdade racial no município.

Os homenageados do parlamentar serão a presidente da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu; o Fórum Chico Prego; e a música “O Negro”, dos compositores e sambistas Léo Vieira e Mosquito.

A sessão ainda terá apresentações culturais, como a do violonista Fábio do Carmo, que vai apresentar as canções “A Dança de Chico Prego” e “Canção da Paz”, de Maurício de Oliveira; além da participação do poeta Teodorico Boa Morte, que recitará o poema “Insurreição do Queimado”.

Essa é a quarta sessão solene realizada por iniciativa do vereador Gilmar desde o início do seu mandato. A solenidade que relembra a insurreição de escravos na Serra acontece desde 2005, sendo que sua realização está assegurada pela lei municipal nº 2.497, de 2002.

Conheça um pouco da história do Queimado

Em 19 de março de 1849, o Sítio Histórico do Queimado foi palco de uma revolta de escravos. Conta-se que a revolta foi liderada pelos escravos Chico Prego, João da Viúva e Elisiário. De acordo com relatos históricos, o frei Gregório Maria de Bene havia prometido liberdade aos escravos em troca da construção da igreja de São José. A promessa não foi cumprida o que gerou a revolta.

Foram chamadas tropas de Vitória e do Rio de Janeiro para conter os rebelados, que foram presos. Elisiário foi um dos poucos que conseguiram fugir da cadeia; João da Viúva e Chico Prego foram açoitados e enforcados, assim como a grande maioria dos revoltosos, que chegaram a trezentos. Hoje, Chico Prego nomeia a Lei de Incentivo Cultural da Serra e tem uma escultura em uma praça, próximo do local onde foi enforcado, em 11 de janeiro de 1850.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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