
Motoristas do sistema Transcol paralisaram as atividades no início da manhã desta terça-feira (10), em protesto contra a morte de um trabalhador da categoria. A mobilização ocorreu na Serra e em outros municípios da Grande Vitória, afetando a circulação dos ônibus e deixando pontos e terminais lotados de passageiros.
A paralisação foi encerrada por volta das 7h30, mas a circulação dos ônibus ainda está sendo normalizada, conforme apurado pelo Jornal Tempo Novo.
Com os coletivos retidos nas garagens, milhares de usuários foram surpreendidos e tiveram dificuldade para se deslocar. A paralisação foi motivada pelo assassinato do manobrista Clóvis Brás Júnior, de 34 anos, ocorrido na noite de segunda-feira (9), no bairro São Francisco, em Cariacica.
De acordo com o presidente do Sindirodoviários-ES, Marcos Alexandre, o clima entre os rodoviários é de medo e revolta. Ele relatou que o trajeto até a garagem onde Clóvis trabalhava é inseguro e desprovido de policiamento. “O trabalhador precisa caminhar quase dois quilômetros em uma área isolada, sem proteção alguma. Já tivemos um colega atacado com facão nessa região. Agora, enfrentamos essa tragédia”, lamentou.
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Ainda segundo o sindicato, os ônibus só devem voltar a circular após uma reunião com os rodoviários. Marcos Alexandre reconheceu os transtornos causados à população, mas reforçou que a paralisação é uma forma de exigir providências. “Se derramarem o sangue de um companheiro nosso, vamos parar. Vamos protestar. Somos pais de família, não estamos aqui para morrer trabalhando”, desabafou.
Morte de rodoviário do Transcol é a causa de paralisação dos ônibus
O manobrista Clóvis Brás Júnior foi morto a tiros ao chegar para mais um dia de trabalho na empresa Santa Zita. Testemunhas contaram que ele havia acabado de estacionar o carro quando foi surpreendido por um criminoso armado. Clóvis foi atingido pelos disparos e morreu no local.
Marcas de tiros ficaram visíveis no veículo da vítima. Após o crime, o autor dos disparos fugiu. O corpo do manobrista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), em Vitória. A Polícia Civil está investigando o caso, mas até o momento ninguém foi preso.