Para evitar fugas, presídio da Serra investe R$ 10 milhões em 80 câmeras com IA

Centro de Detenção Provisória da Serra foi inaugurado em 2009. Çocalizado no distrito rural de Queimado, a unidade ficava isolda. Com a Rodovia do Mestre Álvaro, toda a dinamica da região será alterada. Crédito: divulgação.
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Centro de Detenção Provisória da Serra foi inaugurado em 2009. Localizado no distrito rural de Queimado, a unidade ficava isolda. Com a Rodovia do Mestre Álvaro, toda a dinamica da região foi alterada. Crédito: divulgação.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) inaugurou, nesta segunda-feira (14), um moderno sistema de videomonitoramento perimetral no Centro de Detenção Provisória da Serra (CDPS), localizado na zona rural do município, no distrito de Queimado. A nova tecnologia – que segundo o Governo é pioneira no Brasil – equipada com Inteligência Artificial (IA), tem como objetivo reforçar a vigilância do entorno da unidade, detectando em tempo real comportamentos suspeitos e possíveis tentativas de fuga.

Até recentemente, o presídio ficava em uma área isolada, mas passou a ser mais acessível e visado após a inauguração do Contorno do Mestre Álvaro, em dezembro de 2023, a poucos metros do complexo. Com isso, a demanda por segurança avançada tornou-se ainda mais urgente. Em setembro de 2023, o TEMPO NOVO opinou que a nova rodovia poderia mudar a dinâmica de acesso e segurança da unidade prisional, o que tornaria necessário investir em tecnologia para mitigar a visibilidade que o Contorno traria.

De acordo com o Governo do Estado, o CDPS é a primeira unidade prisional do Espírito Santo a contar com essa tecnologia, que integra um software de gerenciamento de câmeras com análise inteligente de imagens e sons. A Sejus anunciou que outras nove unidades também receberão o sistema até o fim do primeiro semestre.

O investimento na implantação da tecnologia foi de aproximadamente R$ 10 milhões, aplicados na compra de 80 câmeras de alta precisão e na infraestrutura necessária para operação. O contrato foi firmado com o Consórcio Motorola Solutions Minas Gerais.

Segundo o secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, a iniciativa marca um avanço significativo na gestão do sistema penitenciário. “Esse tipo de videomonitoramento permite ampliar a segurança da unidade e otimizar o uso da força de trabalho. Com a inteligência artificial, conseguimos monitorar de forma mais eficaz, liberando os agentes para outras funções estratégicas”, ressaltou.

As câmeras contam com visão infravermelha e microfones integrados, capazes de identificar eventos sonoros como gritos, disparos de arma de fogo e quebras de vidro. Isso possibilita uma vigilância permanente e precisa, inclusive durante a noite, com um nível de cobertura superior ao da observação humana.

No CDPS, foram instaladas 16 câmeras na área externa da unidade, interligadas a uma central de monitoramento dedicada. A segurança perimetral consiste na supervisão contínua do entorno do presídio, com foco na prevenção de movimentações irregulares, fugas ou tentativas de introdução de materiais ilícitos.

A implantação foi conduzida pela Subsecretaria de Infraestrutura e Tecnologia (SIT), por meio da Gerência de Tecnologia da Informação e Comunicação (GTIC). Segundo o gerente da GTIC, Rodolfo Nascimento, o Espírito Santo é pioneiro no país no uso desse tipo de solução focada na segurança do sistema prisional. “O sistema prisional capixaba está na vanguarda da aplicação de novas tecnologias. Somos o primeiro estado brasileiro a empregar uma solução desse porte voltada especificamente para presídios”, afirmou.

Além da unidade da Serra, o sistema será instalado nos Centros de Detenção Provisória de Guarapari, Marataízes, Cachoeiro de Itapemirim e São Domingos do Norte; nas Penitenciárias de Segurança Máxima 1 e 2; nas Penitenciárias Estaduais de Vila Velha 1 e 2 (PEVV1 e PEVV2); e no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL).

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Yuri Scardini

Yuri Scardini é diretor de jornalismo do Jornal Tempo Novo e colunista do portal. À frente da coluna Mestre Álvaro, aborda temas relevantes para quem vive na Serra, com análises aprofundadas sobre política, economia e outros assuntos que impactam diretamente a vida da população local. Seu trabalho se destaca pela leitura crítica dos fatos e pelo uso de dados para embasar reflexões sobre o município e o Espírito Santo.

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