Obra para conter encosta degrada nascentes em Planalto Serrano

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GiovanI contou que cresceu bebendo a água das nascentes que foram atingidas. Foto: Renato Ribeiro
GiovanI contou que cresceu bebendo a água das nascentes que foram atingidas. Foto: Renato Ribeiro
GiovanI contou que cresceu bebendo a água das nascentes que foram atingidas. Foto: Renato Ribeiro

Por Renato Ribeiro

A obra de estabilização que a Prefeitura está fazendo numa encosta no Bloco A em Planalto Serrano degradou nascentes que existem no local. De acordo com moradores, cerca de 12 olhos d’agua estão sendo aterrados empresa pela Onix Construções S /A, a empreiteira que está executando a obra.

O morador Giovani Silva Farias, relata que chegou a alertar um encarregado da empresa sobre as nascentes. Mas dias depois presenciou o aterro delas durante a execução da obra. “É triste ver uma situação como essa e não pode fazer nada. Sei que a encosta vai ser importante para que não haja mais deslizamentos, mas eu que cresci bebendo dessa água limpa, fico indignado com o descaso”, critica.

Segundo a moradora Silvana Moraes, a água das nascentes que antes era abundante e utilizada pela comunidade, hoje se resume a pequenos fios de água que resistiram à degradação. “Elas (as nascentes) foram todas soterradas pela obra. Algumas eram tão abundantes que surgiram novamente em pequenos fios de água que foram direcionados para uma espécie de piscina. A empresa tem utilizado essa água para diminuir a poeira causada pela obra o que é um verdadeiro desperdício” completou.

Ainda segundo Silvana, a cerca de 20 anos, essas nascentes chegaram a abastecer parte da comunidade, principalmente nos períodos de interrupções de abastecimento por parte da CESAN.

A Secretária de Meio Ambiente da Serra, Andreia Carvalho, disse que fiscais estão acompanhando a obra. “Oficiamos a Seob (Secretaria Municipal de Obras) que apresente estudo apontando a origem dessa água e como ficará a drenagem dela, por enquanto não podemos afirmar que se tratam de nascentes”, pondera, apesar da afirmação contrária dos moradores e do que confirmou a própria reportagem.

Andreia falou que quando o projeto para licenciamento foi apresentado, não havia informação de nascentes no local. E que a empreiteira Ônix chegou a ser multada em R$ 50 mil por ter jogado terra numa área de preservação nas proximidades.

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Gabriel Almeida

Jornalista há mais de ano anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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