
Por Clarice Poltronieri
Perto de fazer 40 anos, Laranjeiras deixou de ser apenas bairro residencial e se tornou o maior centro comercial da Serra. A mobilidade no bairro é um dos principais desafios, com milhares de pessoas e veículos circulando diariamente. Caminhar, andar de bike, dirigir e estacionar no bairro, dependendo do dia e horário, não é tarefa fácil.
Para os pedestres, a reforma das calçadas em trechos da Avenida Central melhorou a situação. Mas ainda há trechos com calçadas velhas. E mesmo onde a reforma aconteceu, já tem problemas. “Caí semana passada por causa de um buraco e me machuquei feio. Até sangrou”, conta Sônia Maria de Almeida Santos, moradora desde 1977.
Maria do Carmo Caetano, também residente no bairro, concorda. “Camelôs e barraquinhas atrapalham, principalmente perto do Din-Don (supermercado). Também poderia ter mais árvores para sombrear as caminhadas”, aponta.
Leia também
Os cadeirantes também enfrentam dificuldades. Cleude Alves da Silva, de Chácara Parreiral, tem uma filha nessa condição, que é atendida na Apae de Laranjeiras. “A ampliação da calçada em parte da Avenida Central foi boa, mas o lado perto de Valparaíso está muito ruim”, observa.
“Meu pai de 92 anos é cadeirante. É difícil sair com ele. Os motoristas respeitam, o problema são as calçadas ocupadas. Só dá para sair no fim de semana, com o comércio fechado”, reclama Teresa Harckbart, de Laranjeiras.
Já os ciclistas sentem falta de estacionamento para bikes. “Quando venho sozinha, uso a bicicleta, é mais rápido e melhor que o ônibus. Motoristas do Transcol e de carros respeitam. O problema são os caminhões. Só não tenho onde guardar a bike. Prendo em postes ou nas placas”, conta Juliana Cassaro Costa, de Jardim Limoeiro.
Andar de carro ainda é um desafio. O comerciante Gildo Altoé faz várias entregas e circula com frequência no bairro. “Só tem duas saídas do bairro e precisa melhorar a mão das vias. Falta local de carga e descarga e nunca há guardas de trânsito nas rotatórias em horário de pico para ajudar a organizar o fluxo. Tenho esperança de melhorar com o rotativo”, frisa.
Município promete retomar revitalização
A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que o município não sabe quantas pessoas e veículos circulam no bairro. Já as obras de revitalização viária estão paradas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Silas Maza, as obras pararam porque o convênio com o Estado foi suspenso.
“Na primeira quinzena de agosto teremos audiência pública para retomar o projeto com recursos próprios. Estão previstas mudança de faixas, instalação de sinalização vertical e horizontal na região. Tudo isso ouvindo a comunidade”, destaca.
Silas disse ainda que a sinalização deve ser entregue até outubro, o rotativo até dezembro deste ano e a transferência dos camelôs para o camelódromo em fevereiro de 2016.