Motociclistas se unem para ajudar moradora da Serra que teve 35% do corpo queimado

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corpo queimado Serra
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O acidente, uma queimadura severa causada por cera inglesa inflamável, mudou drasticamente a vida de Mariah, moradora da Serra, resultando em 35% da parte da frente de seu corpo queimado. Crédito: Acervo pessoal

Os motociclistas do Motoclube Motorock estão organizando um super evento para ajudar uma moradora da Serra a realizar um sonho: a reconstrução da mama direta, perdida totalmente devido a um acidente e à posterior retirada de um nódulo.

Mariah Oliver, moradora da Serra Sede, é uma sobrevivente de um grave acidente que ocorreu há 34 anos, quando tinha apenas oito anos de idade. O acidente, uma queimadura severa causada por cera inglesa inflamável, mudou drasticamente sua vida, resultando em mais de 30 cirurgias ao longo dos anos.

Pensando em ajudar a serrana, vai acontecer a Noite do Caldo, no dia 7 de setembro, na sede do Motorock em Nova Almeida. O evento contará com sorteios de brindes, incluindo suporte para moto, películas para capacete, luva para motociclista e uma caixinha de som. Os caldos disponíveis, como o tradicional caldo péla égua, caldo de aipim, caldo de feijão e mocotó, prometem aquecer a noite dos participantes.

Todos os recursos arrecadados durante a Noite do Caldo serão destinados à cirurgia de Mariah, que sonha em completar sua recuperação física.

Enquanto o evento não acontece, quem quiser ajudar a realizar o sonho de Mariah, pode entrar em contato pelo telefone 27 99750-0563.

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Acidente na infância e mais de 10 cirurgias

No dia 10 de janeiro de 1990, Mariah vivia um dia comum de infância quando sua irmã mais velha colocou uma lata de cera no fogão para derreter, uma prática comum na época para dar brilho ao chão de madeira. No entanto, a cera pegou fogo rapidamente. Em uma tentativa desesperada de evitar que o fogo se alastrasse, sua irmã tentou jogar a lata para fora da casa, mas acabou atingindo Mariah, que, curiosa, havia corrido em direção ao grito de socorro.

O resultado foi devastador: Mariah sofreu queimaduras graves de segundo grau em 35% na parte da frente do corpo. Ao ser levada para o Hospital Infantil, em Vitória, os médicos consideraram sua sobrevivência um milagre. Após quatro meses em coma, ela despertou e iniciou uma longa jornada de recuperação, que incluiu o uso de malhas compressivas por cinco anos e inúmeras cirurgias para correção das cicatrizes, além de enxertos.

“Minha prima também teve o corpo queimado numa proporção menor, saiu primeiro do hospital e se recuperou bem. Acho que o mais difícil foram os banhos na Central de Tratamento de Queimados do Infantil, pois eram dolorosos, tinha que molhar as ataduras pois grudavam na pele com as gazes. Era muito doloroso, confesso que odiava tomar banho, mas tinha que trocar todos os dias o curativo e era o sofrimento toda vez”, disse Mariah para o jornal Tempo Novo.

Apesar de todo o sofrimento, Mariah encontrou forças para seguir em frente. Hoje, mãe de três filhos, ela é grata por cada milagre em sua vida. No entanto, ainda carrega consigo o sonho de reconstruir a mama direita, que perdeu totalmente devido ao acidente e à posterior retirada de um nódulo.

“Sofri muito bullying na escola por conta das cicatrizes. Preconceito ainda acontece até hoje! Mas estou viva e além de 11/04/81 tenho o ano de 1990 como segunda comemoração da minha nova oportunidade de viver. Sou uma pessoa vitoriosa e feliz, mesmo com as dificuldades da vida”.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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