Menopausa pode desencadear lipedema, diz especialista

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Por ter origem hormonal, o lipedema pode se manifestar ou se agravar em fases marcadas por alterações nos níveis de estrogênio, como a menopausa. Crédito: Divulgação

O lipedema é uma condição crônica e progressiva que afeta principalmente mulheres e se caracteriza pelo acúmulo anormal e simétrico de gordura em áreas específicas do corpo, como pernas, quadris e braços. Devido a essa distribuição irregular, é frequentemente confundido com obesidade, embora não seja causado apenas por alimentação inadequada ou sedentarismo.

Por ter origem hormonal, a doença pode se manifestar ou se agravar em fases marcadas por alterações nos níveis de estrogênio, como a menopausa. Nesse período, o declínio hormonal interfere diretamente na forma como o organismo distribui e metaboliza a gordura corporal, contribuindo para o avanço da condição.

“Na menopausa, a queda dos níveis de estrogênio pode intensificar sintomas como acúmulo de gordura, dor, inchaço e sensação de peso nas pernas, o que impacta diretamente a qualidade de vida das pacientes. Também observamos piora dos sintomas em outras fases de flutuação hormonal, como a puberdade e a gestação”, explica a cirurgiã plástica Patricia Lyra, referência no tratamento do lipedema

A médica ressalta que a reposição hormonal, em casos de lipedema, deve ser cuidadosamente avaliada pela equipe médica, já que certos tipos de hormônio podem contribuir para o agravamento do quadro.

Além das questões hormonais, fatores como predisposição genética e hábitos de vida também influenciam o desenvolvimento da doença. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são fundamentais.

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O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com participação de fisioterapeutas, nutricionistas, endocrinologistas, angiologistas, educadores físicos e, quando necessário, cirurgiões plásticos.

No campo da cirurgia plástica, além das técnicas tradicionais de remoção da gordura, novas tecnologias vêm sendo incorporadas com o objetivo de otimizar os resultados, auxiliando na retração da pele e na remodelação do contorno corporal, especialmente em pacientes com flacidez associada.

A médica Patricia Lyra esclareceu ao TN que, mesmo após a intervenção cirúrgica, o tratamento clínico deve seguir de forma contínua, já que o lipedema é uma doença crônica que exige atenção constante para controle dos sintomas e manutenção dos resultados alcançados.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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