Luz no fim do túnel para comércio exterior

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Produção de aço na planta da Arcelor em Tubarão: exportação de produtos siderúrgicos puxou alta no trimestre. Foto: Arquivo TN/Bruno Lyra
Produção de aço na planta da Arcelor em Tubarão: exportação de produtos siderúrgicos puxou alta no trimestre. Foto: Arquivo TN/Bruno Lyra

Depois de uma acentuada queda, principalmente nos últimos dois anos, o comércio exterior capixaba começou a dar sinais de recuperação no primeiro trimestre deste ano. Mesmo com a Samarco parada e sem o Fundap, dados do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), apontam que em março as exportações registraram aumento de 96%, com US$ 761 milhões contra US$ 389 milhões negociados no mesmo período de 2016. No acumulado do ano, o aumento foi de 30%, com montante de US$ 1,9 bilhão.

O Sindiex aponta também um bom desempenho nas importações capixabas, que apresentaram elevação de 26% em março, passando de US$ 311 milhões em 2016 para US$ 392 milhões. Já no primeiro trimestre do ano, a alta chegou a 12%, com US$ 1 bilhão importado contra os US$ 928 milhões do mesmo período em 2016.

Em declaração publicada no site do Sindiex, o presidente da entidade, Marcilio Rodrigues Machado, diz que esse crescimento foi puxado pela alta dos preços das commodities, principal item da pauta exportadora do Espírito Santo. “Com o bom desempenho do comércio exterior capixaba e a aparente recuperação da economia, podemos projetar que 2017 e 2018 serão de melhora para o setor, caso essa tendência seja sustentável”, pondera.

Entre os itens exportados, o minério de ferro e os produtos siderúrgicos continuam desempenhando papel fundamental para o crescimento das exportações. Juntos, os dois representaram metade das vendas para o exterior e tiveram incremento de 56% e 73%, respectivamente, se comparado com o primeiro trimestre de 2016.

Já na importação, os destaques foram o carvão mineral, que teve alta de 129% no primeiro trimestre do ano se comparado ao mesmo período de 2016; tecidos, com crescimento de 29%; e equipamentos eletroeletrônicos, com alta de 9% no período analisado. No biênio 2015/2016, a queda nas vendas de minério de ferro (- 63%) de petróleo (-59%) foi a principal responsável pelo recuo do comércio exterior capixaba.

Com o resultado do primeiro trimestre de 2017, o Espírito Santo passa a ocupar a 8ª posição no ranking dos principais estados exportadores do Brasil e a 10ª posição no ranking dos importadores, sendo a Serra responsável por 27% das importações e 34% das importações capixabas. Vale lembrar que além de ter o principal parque industrial capixaba e abrigar parte do Complexo de Tubarão, com a planta de fabricação de aços planos da ArcelorMittal, a Serra também abriga o porto de Praia Mole, especializado na exportação de materiais siderúrgicos e que também atende as plantas da Gerdau e Usiminas, ambas localizadas em Minas Gerais. 

 

 

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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