Hospital atende mais de 400 queimados todo mês

O Jayme Santos, em Morada de Laranjeiras, herdou o Centro de Tratamento de Queimados que funcionava no Dório Silva
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Aldo da Silva Rodrigues se queimou com álcool e está sendo tratado pelo cirurgião plástico Fabrício Mattedi Regiani. Foto: Edson Reis
Aldo da Silva Rodrigues se queimou com álcool e está sendo tratado pelo cirurgião plástico Fabrício Mattedi Regiani. Foto: Edson Reis
Aldo da Silva Rodrigues se queimou com álcool e está sendo tratado pelo cirurgião plástico Fabrício Mattedi Regiani. Foto: Edson Reis

Por Clarice Poltronieri

Muitos sabem o quanto dói se queimar, mas não fazem ideia do que é uma queimadura de 2º e 3º graus. O tratamento é lento e doloroso e a referência dessa especialidade está aqui na Serra, no Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, em Morada de Laranjeiras.

O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) é o único do estado a atender esse tipo de acidente pelo Sistema Único de Saúde e recebe por mês mais de 400 pacientes.

Aldo da Silva Rodrigues, de 51 anos, é morador de Muqui, interior do estado, e desde o dia 1º está na Serra para se tratar.

“Coloquei álcool (combustível) no fogão à lenha e acendi o fósforo. Não vi que tinha acendido e fui jogar mais álcool com o botijão na mão. Ele explodiu em mim. Uma experiência horrível, só quem passa sabe. Graças a Deus tive um atendimento rápido. O tratamento é lento, tem que ter paciência, mas a cada dia só melhoro. Eu não tinha noção da gravidade, aconselho as pessoas a terem paciência para acender o fogo com papelão, nunca usar combustível”, disse.

O cirurgião plástico Fabrício Mattedi Regiani, do CTQ do Hospital Jayme, afirma que a maioria dos acidentes poderiam ser evitados.

“Atendemos até queimaduras graves, que precisam de UTI e cirurgias de enxerto de pele, com tratamento de vanguarda que usa enxerto de gordura para melhorar o contorno da pele atingida. A maioria dos casos é de queimaduras por álcool e escaldo (líquido quente)”, detalha.

O médico acrescenta que, em seguida, vêm as queimaduras elétricas e as provocadas por acidentes de moto. “Em casos graves, a pessoa perde a pele e temos que recompô-la, parte mais complexa e que precisa de acompanhamento. Muitos acidentes são em situações banais: passar um café, jogar álcool no fogo, atos que podem ser evitados”, alerta.

Desde o início de seu funcionamento no Jayme Santos, em maio de 2013, até setembro deste ano o CTQ tratou 11.552 pacientes. Antes o CTQ funcionava no Hospital Dório Silva.

Atualmente no Centro trabalham todo dia 15 cirurgiões plásticos, oito intensivistas; oito enfermeiros e 36 técnicos de enfermagem; além de infectologistas e anestesiologistas.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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