Fibria aposta em trem para tirar carretas de estradas

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Com a preparação de novos vagões, 100 carretas carregadas com eucalipto serão retiradas todos os dias da estrada. Foto: Divulgação
Com a preparação de novos vagões, 100 carretas carregadas com eucalipto serão retiradas todos os dias da estrada. Foto: Divulgação

Ayanne Karoline

Uma parceria firmada pela Fibria e a empresa de logística VLI, pertencente à Vale, vai retirar cerca de 100 carretas carregadas de eucalipto por dia, das estradas que ligam Minas Gerais ao Espírito Santo até o final do mês. A carga virá de trem. A mudança de modal já começou e quando ela for concluída, as carretas deixarão de circular pela BR 262, vindo de Minas, e pela BR 101 até Aracruz, onde fica a fábrica da empresa. Dentre os municípios beneficiados está a Serra, que tem cerca de 39km de trecho da BR 101.

Para viabilizar a alternativa logística, a Fíbria está investindo R$ 6 milhões na reforma e adaptação de 214 vagões de trem, que serão utilizados para o transporte de cerca de 2 milhões de metros cúbicos de madeira nos próximos cinco anos.

Atualmente, o modal ferroviário representa 5% do transporte de madeira para a fábrica da Fibria. Com o novo contrato, esse percentual aumentará para 7%. Os primeiros 131 vagões reformados já entraram em operação e o restante dos equipamentos deverá estar pronto até o final de agosto.

A madeira virá pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). As composições chegam à estação de Piraqueaçu (próximo a João Neiva) e de lá seguem para a Fibria pelo ramal ferroviário que liga a EFVM ao pátio de estocagem de madeira da empresa. Esse mesmo ramal ferroviário também se estende até o Portocel e é por ele, que chega a celulose produzida pela Cenibra em Belo Oriente, Minas Gerais.
Segundo a empresa, o foco principal da alternativa de transporte adotada não é a redução de custos, e sim tornar a operação mais segura e reduzir o consumo de derivados de petróleo. “A iniciativa faz parte da estratégia de logística florestal em Aracruz de investir na diversificação dos modais de transporte, reduzindo o uso de caminhões e obtendo menores custos e menos riscos de acidente nas operações, principalmente em rodovias”, afirma o especialista em Logística Florestal da Fibria, Ezio Tadeu Lopes.

Atualmente, a Fibria transporta madeira da região sul e serrana do ES (embarque em Araguaia, município de Marechal Floriano) utilizando a Ferrovia Centro Atlântica (coligada da Vale/VLI). O volume médio é de 160.000 m³/ano, 5% da madeira transportada pela empresa. Com a operação ferroviária de Minas Gerais esse índice subirá para 7%.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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