Faculdade da Serra cria prótese de baixo custo

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Fransérgio e Karla mostram as próteses feitas com impressora 3D em parceria com holandeses. Foto: Fábio Barcelos
Fransérgio e Karla mostram as próteses feitas com impressora 3D em parceria com holandeses. Foto: Fábio Barcelos

Por Clarice Poltronieri

Há poucos anos quem perdia um membro, seja por um trauma ou outro problema de saúde, sabia que iria ter limitação de seus movimentos até o final da vida. Mas a tecnologia está mudando essa realidade, apesar dos custos de próteses ainda serem proibitivos para muitos.

É de olho na dobradinha eficiência/redução de custos que a faculdade serrana UCL desenvolveu a Prótese de Mão para quem teve este membro amputado. A tecnologia tem parceria da Hanze Universidade de Ciências Aplicadas da Holanda. Quando chegar ao mercado o produto pode sair a cerca de R$ 1,1 mil, enquanto uma prótese convencional gira em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil.

Segundo o coordenador do Curso de Engenharia de Automação e Controle (Mecatrônica) da UCL, Fransérgio Leite da Cunha, a ideia da prótese era tema de seus trabalhos de mestrado e doutorado. Com a chegada à UCL de dois estudantes holandeses, Stefanus Veldman e Jan-Rik Potze, da Hanze do curso de Engenharia Mecânica, ele propôs que desenvolvessem isso em seu projeto de conclusão de curso.

“Vi a possibilidade de criar uma prótese de baixo custo com o uso de impressora 3D, cujo projeto tenha um open source (código aberto) para as pessoas conseguirem fazer uma prótese de valor bem abaixo do mercado. Os meninos ficaram aqui seis meses para executar o projeto, mas ainda não é o produto final, precisa de aprimoramentos”, relata.

Em casa

Apesar disso, o custo já ficou excelente. “Uma prótese funcional custa em torno de 30 a 40 mil. A do projeto ficou em torno de 300 euros (menos de R$1100). Isso vai facilitar a vida de pessoas que têm crianças com anomalias, pois não vai ser preciso comprar várias ao longo da vida, durante seu crescimento. Com uma impressora 3D, em pouco tempo a prótese poderá ser feita em casa”, conta Carla Loyola, coordenadora de projetos do Curso de Engenharia Biomédica da UCL.

Robô para transformar resíduos de rocha em arte

Outro projeto pioneiro da UCL é o robô escultor Michelangelo, adquirido em abril de 2013, para aproveitar os rejeitos resultantes do setor de rochas ornamentais. Até então não havia nenhum estudo no país nessa área.

Segundo o coordenador Fransérgio, os resíduos de rochas ornamentais podem chegar a pedras de meia tonelada, e o objetivo desse projeto é criar um robô que reproduza obras de arte decorativas num custo menor, além de reaproveitar tais resíduos.

Na fase inicial, o robô esculpia em gesso. Mas o projeto já andou e com os testes e ensaios feitos em usinagem, já realizaram os cortes em rochas. “A primeira etapa do Michelângelo foi finalizada, agora estamos captando recursos para iniciar a segunda fase”, finaliza Fransérgio.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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