
No último sábado (28) o jovem Carlos Antonio Mendes, de 14 anos, conquistou a medalha de ouro na competição karatê dos Jogos Escolares do Espírito Santo (JEES). Estudante da rede municipal, Carlos é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e começou a lutar por indicação de uma dos seus tearapeutas. Agora, o jovem se prepara para a disputa dos Jogos Nacionais, que acontecerá em Uberlândia (MG), em outubro.
Há dois anos no Karatê, o estudante vem conquistando medalhas em diversas competições dentro e fora do Estado. Nos JEES, venceu na categoria de estudantes que não são neurodivergentes.
“Essa medalha de ouro foi mais uma conquista da minha vida. Fiquei muito feliz. Quando acabou, eu não imaginava que tinha vencido. Ser um atleta é muito legal para mim. É saber que cada vitória é um passo no meu caminho”, conta ao Jornal Tempo Novo.
Mas a contribuição do karatê na vida do Carlos foi além de ensinar golpes e trazer medalhas. “Mudou bastante a minha vida. Nunca mais me senti o mesmo. Hoje estou muito melhor do que eu era antes”, admite o estudante. Esse sentimento também é compartilhado pela mãe dele, a professora Fabíola Soares Bianchini. “Hoje eu vejo que ele está mais concentrado, presta mais atenção nas coisas e tem mais firmeza no corpo. Ele já fez futebol, Muay Thai, mas foi no karatê ele se encontrou”, conta.
Fabíola revela ainda que o filho chegou a sofrer um pré-infarto quando estava no 5º ano e faz todo o acompanhamento cardiológico, mas precisava de uma atividade física que se enquadrasse nas suas necessidades e o karatê proporcionou isso. Foi então que Carlos começou a praticar o esporte na academia Team Aguiar, do sensei Márcio Stein. “O esporte para mim também é terapia”, relata Fabíola.
Leia também
Leia também:
Taekwondo Solidário: alunos de projeto social fazem exame de faixa
Medalhas
Logo após começar no esporte, Carlos se interessou pelos campeonatos e, a partir daí, conquistou as primeiras medalhas. “Ele pegou gosto pela competição e nós vamos apoiando. Foi muito importante ele ser incluído por meio da luta, já que na academia há alguns alunos que também têm autismo e isso fortalece os laços sociais dele”, conta a professora.
Fabíola também diz que a Emef Irmã Dulce, onde o jovem estuda, tem auxiliado bastante no que diz respeito ao apoio e a inclusão de Carlos. Segundo a mãe, ele tem interagido bem com os colegas e é acompanhado de perto por uma professora da Educação Especial. “Ele foi muito bem-acolhido e conversamos sempre com a professora para exigir o melhor dele. Essa inclusão está sendo muito importante”, diz.
Agora, Carlos e a mãe sonham com a chegada às seleções capixaba e brasileira da modalidade. Se depender da determinação dos dois, o sonho é perfeitamente possível e pode inspirar muita gente.