Estado proíbe uso de escória em alagados do Mestre Álvaro

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A intenção é usar escória da Arcelor em 10km de terrenos alagados na Serra. Foto: Bruno Lyra
A intenção é usar escória da Arcelor em 10km de terrenos alagados na Serra. Foto: Bruno Lyra

O uso de escória da ArcelorMittal Tubarão para aterrar os alagados do Mestre Álvaro foi proibido pelo estado. Pelo menos nos próximos 30 dias. A determinação é do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que quer avaliar os riscos do uso do resíduo da produção de aço em áreas alagadas, cujas águas descem para os manguezais do Lameirão, na baía de Vitória, pelos rios Santa Maria e Canal dos Escravos.

Há três semanas Tempo Novo noticiou com exclusividade o uso da escória no aterro que está sendo feito para estudo de estabilização de solo visando a implantação do Contorno do Mestre Álvaro, que dará novo traçado à BR 101 no município. A intenção é saber se material pode resolver o problema do solo mole repleto de brejos e turfas ao longo de cerca de 10km dos 18km previstos para o novo trecho.

A assessoria de Iema disse que embargou o uso do material e que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES) – órgão responsável pela obra – será notificado até o fim da semana. O Diretor de Engenharia do DER, Gustavo Perim disse ter estranhado a decisão. “O Iema foi informado do uso de escória no Eia/ Rima (Estudo de Impacto Ambiental). Cumprimos as condicionantes exigidas na LI (Licença de Instalação), mas vamos respeitar a decisão”, garante.

Gustavo Perim esclareceu que as obras ainda não começaram e que o aterro de escória é para complementar estudos do projeto de implantação da via. Segundo ele a gestão será transferida para o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).

Dias antes, as Secretarias de Meio Ambiente da Serra e de Vitória pediram explicações ao Iema, licenciador da estrada, sobre o uso de escória no local. Já a fornecedora do material, a ArcelorMittal Tubarão, disse em nota que a escória não provoca riscos às águas da região nem à saúde humana. Falou ainda que o produto é classificado como resíduo não perigoso, sendo difundido em ambientes aquáticos de outros países.

 

 

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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