Covid-19 também provoca epidemia de desemprego na Serra

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Av. Central de Laranjeiras após a reabertura das lojas em horário especial e dias alternados: pandemia mudou cotidiano, reduziu renda do consumidor e vendas no comércio. Foto: Ana Paula Bonelli - 12/05/20.
Av. Central de Laranjeiras após a reabertura das lojas em horário especial e dias alternados: pandemia mudou cotidiano, reduziu renda do consumidor e vendas no comércio. Foto: Ana Paula Bonelli – 12/05/20.

Locomotiva econômica e município de maior população do ES, a Serra é a cidade com mais demissões nesta pandemia de coronavírus. Em abril, 5.605 trabalhadores com carteira assinada deixaram seus postos. Como o número de admissões foi de 2.180, o saldo da geração de empregos com carteira assinada ficou negativo com 3.424 vagas a menos.

Os dados são do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregado (Caged), que é vinculado à Secretaria de Trabalho, órgão do Ministério da Economia. E revelam impacto profundo da covid-19 na economia não só da Serra, mas do ES e do país. Situação que também tem se repetido em maior ou menor grau em outros países.

Apesar da Serra ter liderado no Estado o fechamento de vagas em abril, onde se considera o balanço entre admissões e demissões no período, os municípios vizinhos Vitória, Vila Velha e Cariacica também enfrentam cenário semelhante. E não é diferente nas maiores das cidades do interior.

Tanto que o Espírito Santo terminou o mês com saldo negativo de 17.881 vagas de emprego. E, segundo o Caged, a situação se acentuou em abril com o avanço da pandemia. Em março já havia tido queda na geração de emprego no estado, mas ela foi menor. Em janeiro e fevereiro foram registrados números positivos.

Fechamento de vagas de trabalho no município é histórica

Para se ter ideia do tamanho do impacto econômico da covid-19 na Serra, basta ver o que aconteceu em anos anteriores. Em 2015, por exemplo, no auge da crise econômica que atingia o país, a cidade perdera 9.566 postos de trabalho formais. Em 2016, foram 7.516 vagas a menos. Em 2018, a perda foi mais suave: 1.981 vagas. Só em 2019 a Serra voltaria a contratar mais do que demitir, com 1.742 novas vagas.

E esta pandemia de coronavírus, em apenas um mês, já foram fechadas o equivalente a mais de um terço de todas as vagas perdidas em 2015, pior ano até então.  Todos os números são do Caged.

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Gabriel Almeida

Jornalista há mais de ano anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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