O barulho das viaturas na manhã desta quarta-feira (2) anunciou o cerco contra um esquema de agiotagem e extorsão que vinha se consolidando na Serra. A ofensiva policial, batizada de Operação Usura, teve como alvos endereços na Grande Vitória.
Um comerciante de 42 anos foi apontado como o principal responsável por movimentar valores expressivos, pressionar devedores e se apropriar de bens de quem não conseguia quitar as dívidas.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências localizadas no bairro Ourimar, na Serra, e em Jardim Camburi, Vitória, conforme apurado pelo Jornal Tempo Novo.

Na casa do comerciante da Serra investigado, a lista de apreensões inclui joias, R$ 23 mil em espécie, uma pistola 9mm com munições, dois celulares, um notebook, cheques que somam R$ 480 mil e notas promissórias totalizando R$ 51 mil.
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Também foram encontradas procurações que transferiam imóveis para ele e sua esposa, indícios de que bens de endividados eram usados como pagamento.
Falso policial também é investigado por agiotagem e extorsão na Serra

O segundo alvo da operação foi o endereço de um homem de 44 anos, morador de Vitória, suspeito de atuar como cobrador do grupo. Segundo apuração, ele se apresentava como policial e chegava a portar arma de fogo para intimidar devedores. No entanto, o investigado não foi localizado. A ex-esposa informou que ele saiu do imóvel há cerca de quatro meses.
O material apreendido será analisado pela Polícia Civil para apurar a relação direta com os crimes investigados. Além das buscas, a Justiça determinou medidas cautelares em substituição à prisão preventiva. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de contato com a vítima e familiares, e o distanciamento mínimo de 500 metros dos envolvidos.