Ambientalistas pedem a Prefeitura que não faça ‘engorda de areia’ nas praias da Serra

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Grupo protestou em 27 de outubro de 2019 na praia do Solemar, Jacaraípe, contra a engorda. Foto:Divulgação/Antônio Carlos 'C&A' Aprijo
Grupo protestou no último domingo na praia do Solemar, Jacaraípe, contra o projeto da Prefeitura. Foto: Divulgação/Antônio Carlos ‘C&A’ Aprijo

Na última terça-feira (29), surfistas e ativistas ambientais de Jacaraípe e de outros balneários da Serra pediram a secretária de Meio Ambiente, Áurea Galvão, que o município reconsidere o projeto de ampliar a faixa de areia em Jacaraípe, Nova Almeida, Manguinhos e Capuba, a chamada ‘engorda’ de praia. No início de outubro, a Prefeitura anunciou que fará a transferência de areia da praia para lugares onde a faixa de areia está estreita. O objetivo é conter o avanço do mar, estando as intervenções previstas para começarem em janeiro ao custo de R$ 1,5 milhão.

Membro da Associação de Surf do Estado do Espírito Santo (Asees), Pablo Torres, disse que o pedido aconteceu durante reunião com Áurea. “Entregamos uma lista de reivindicações, entre elas fazer a recuperação das áreas degradadas com restinga e avaliar o avanço ou recuo do mar após essa ação. E, enquanto isso, suspender a ação de engorda”, explica.

Segundo Pablo, o temor é de que a engorda afete as ondas e prejudique o surf no litoral da cidade, impactando a rede de pousadas, lanchonetes e outros prestadores de serviço aos surfistas. Outra questão levantada pelo ativista é o soterramento de bancadas de corais que ficam junto à praia, uma característica do litoral serrano. “Se aterrarem, vai reduzir a vida marinha nas praias da Serra e prejudicar a pesca”, frisa.

Pablo disse que na reunião foram apresentados quais pontos a prefeitura pretende colocar areia e de onde vai retirar. “Ficamos surpresos ao ver que uma das jazidas é junto à foz do rio Jacaraípe. O rio está contaminado, essa areia não é adequada para ser levada a pontos mais limpos da orla, é um risco à saúde de quem for a praia que receber o material”, pontua.

Ele diz ainda que foi pedido à secretária que o município considere estude outras possibilidades de intervenções para conter a erosão gerada pelo avanço do mar, como colocação de pedras, construção de muro de concreto ou recuperação de restinga, como já citado.

“Nessa reuião foram representantes de várias entidades: da Associação de Moradores de Parque Jacaraípe, da Ases, da Associação de Surf de Praia Mole, da Associação de Surf Feminino do Estado do Espírito Santo, do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), do Instituto Mayla Venturini, da Moulin Surf School e de empresários da área do surf”, enumera Pablo.

No último domingo (27), houve um protesto contra a engorda da praia na orla de Jacaraípe.

Na semana passada, a Prefeitura da Serra defendeu que o acréscimo de areia nos pontos onde a praia está mais estreita é a medida mais eficaz para conter a erosão marinha.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Secretaria de Meio Ambiente disse que está avaliando as solicitações dos surfistas e ativistas. Afirmou também que as questões de contaminação de areia e recuperação da restinga já foram esclarecidas com os surfistas duranta e reunião da última terça-feira (29).

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Gabriel Almeida

Jornalista há mais de ano anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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